Para ser perito criminal tem que ser formado em quê?

Ser perito criminal é uma carreira que desperta a curiosidade de muitas pessoas, especialmente por causa da sua ligação com a investigação de crimes, análise de provas e apoio à justiça. Para quem deseja seguir essa carreira, uma das perguntas mais comuns é: Qual graduação ou curso é necessário para se tornar um perito criminal? A resposta, porém, não é tão simples quanto pode parecer.

O caminho para se tornar um perito criminal pode variar, dependendo da área de atuação e das exigências do concurso público para o cargo. Mas, de forma geral, a escolha da graduação e da faculdade tem um papel crucial no preparo para essa profissão. Em muitos casos, faculdades que oferecem cursos nas áreas de ciências exatas, biológicas e humanas podem ser o ponto de partida para uma carreira bem-sucedida na perícia criminal.

Neste artigo, vamos explorar detalhadamente quais graduações são mais indicadas para quem sonha em se tornar perito criminal. Também vamos discutir as opções de cursos complementares e como o processo de seleção para essa profissão geralmente funciona. Vamos lá!

1. O que é um perito criminal?

Antes de mergulharmos nas opções de graduação e cursos necessários para ser um perito criminal, é importante entender exatamente o que esse profissional faz e qual o impacto de seu trabalho na sociedade.

O perito criminal é o responsável por realizar análises técnicas e científicas em cenas de crime, objetos, substâncias e evidências. A sua principal missão é encontrar vestígios que possam ser utilizados para esclarecer os fatos e ajudar a justiça a entender melhor como e por que certos eventos ocorreram. Esses profissionais são fundamentais em investigações policiais, judiciais e administrativas, contribuindo para que a verdade seja descoberta por meio de provas materiais.

O trabalho do perito criminal é variado e pode incluir atividades como:

  • Coleta de evidências em cenas de crime;
  • Exames laboratoriais em materiais biológicos, químicos e físicos;
  • Análises balísticas, digitais ou de substâncias tóxicas;
  • Produção de laudos técnicos e científicos que serão utilizados em processos judiciais;
  • Participação em reconstituições de cenas de crime.

Um detalhe importante é que o perito criminal atua sempre de forma imparcial, ou seja, ele não trabalha em favor de uma das partes envolvidas no caso. O seu compromisso é com a verdade e com a objetividade dos fatos que investiga. Além disso, o perito não oferece opiniões baseadas em achismos, mas em evidências sólidas e cientificamente comprovadas.

Agora que já sabemos um pouco mais sobre o que faz um perito criminal, vamos para a próxima parte: qual graduação, faculdade ou curso é necessário para se tornar um.

Para ser perito criminal tem que ser formado em quê

2. Qual graduação fazer para ser perito criminal?

Diferente de algumas profissões, como advogado ou médico, não existe um curso específico e único para quem deseja ser perito criminal. Ao invés disso, a maioria dos concursos públicos que selecionam peritos criminais aceita uma variedade de graduações, desde que estejam ligadas a áreas do conhecimento relevantes para as perícias.

As áreas mais comuns incluem ciências exatas, biológicas e algumas áreas das ciências humanas. Isso significa que você pode seguir diferentes caminhos acadêmicos, dependendo de quais aspectos da perícia criminal mais te interessam. Abaixo, exploraremos as principais opções de graduações.

2.1 Graduações mais comuns para peritos criminais

Direito
Uma das graduações mais populares entre aqueles que desejam se tornar peritos criminais é o curso de Direito. Embora a perícia envolva grande conhecimento técnico e científico, entender as leis e o sistema jurídico é essencial para o trabalho de muitos peritos. Um perito formado em Direito terá uma visão ampla de como os procedimentos judiciais funcionam e poderá aplicar seus conhecimentos para interpretar e produzir laudos que estejam em conformidade com a legislação.

Além disso, a capacidade de redigir laudos técnicos detalhados e precisos, um dos pilares do trabalho do perito criminal, é algo que se desenvolve bastante durante o curso de Direito.

Biologia
Outro caminho muito comum para quem deseja se tornar perito criminal é o curso de Biologia, especialmente com foco em biologia forense. O perito que tem formação em biologia é essencial em casos que envolvem análise de materiais biológicos, como sangue, cabelo, pele e outros vestígios deixados em cenas de crime. Esse profissional também é fundamental em exames de DNA, algo extremamente relevante em muitos tipos de investigações criminais.

Os biólogos forenses são responsáveis por examinar amostras de tecidos, realizar testes laboratoriais e emitir pareceres que ajudem a identificar vítimas ou suspeitos em casos criminais.

Química
O curso de Química também é uma escolha frequente para aqueles que desejam atuar na área de perícia criminal. O perito químico é responsável por analisar substâncias químicas encontradas em cenas de crime, como drogas, venenos, produtos inflamáveis e outros compostos. Além disso, o conhecimento em química pode ser utilizado em várias áreas da perícia, como a identificação de explosivos, análise de resíduos de disparos de armas de fogo e a investigação de substâncias tóxicas em alimentos ou bebidas.

O profissional formado em Química tem um papel crucial na identificação de substâncias que possam ser usadas como evidências em processos criminais, além de participar de investigações envolvendo acidentes químicos e ambientais.

Engenharia
A formação em Engenharia também abre diversas portas na perícia criminal. Áreas como a engenharia civil, elétrica e mecânica são extremamente úteis em investigações que envolvem acidentes estruturais, análise de incêndios, quedas de edifícios ou falhas em equipamentos. O perito formado em engenharia aplica seu conhecimento técnico para avaliar as causas de acidentes e determinar se houve negligência, erro humano ou falhas materiais que possam ter contribuído para o ocorrido.

Engenheiros peritos costumam ser solicitados em casos que envolvem acidentes de trânsito, falhas mecânicas em máquinas industriais e até mesmo investigações de explosões e incêndios criminosos.

2.2 Outras graduações e especializações

Além das graduações mais tradicionais, como Direito, Biologia, Química e Engenharia, existem outras formações que também podem preparar profissionais para atuar como perito criminal. Essas graduações são menos óbvias, mas oferecem conhecimentos técnicos importantes para áreas específicas da perícia. Abaixo, exploramos algumas dessas opções.

Física
O curso de Física é uma excelente opção para quem deseja se especializar em áreas da perícia criminal que envolvem o estudo de balística, dinâmica de colisões e outros aspectos técnicos de cenas de crime. O perito formado em Física pode ajudar a determinar a trajetória de projéteis em tiroteios, calcular a força e a velocidade de impactos em acidentes de trânsito e analisar falhas estruturais ou mecânicas.

Um físico com especialização em perícia criminal pode trabalhar em casos complexos, como reconstituições de crimes e investigações de explosões. O uso de princípios físicos, como a análise de forças e movimentos, é essencial para entender muitos tipos de eventos criminais.

Computação e Tecnologia da Informação
Com o crescimento do cibercrime e das investigações digitais, a formação em Computação ou Tecnologia da Informação tem se tornado cada vez mais relevante na área da perícia criminal. Esses peritos são especializados em crimes digitais, como fraudes online, hacking, invasão de sistemas, roubo de dados e pornografia infantil. Eles são responsáveis por examinar computadores, dispositivos móveis e redes, em busca de provas digitais que possam ser usadas em investigações.

O perito especializado em cibercrimes precisa ter um conhecimento profundo de programação, redes e segurança da informação. Muitos concursos públicos para perito criminal têm aberto vagas específicas para quem tem graduação em Ciência da Computação ou áreas correlatas.

Medicina
Embora a formação em Medicina seja mais associada à atuação de médicos legistas, alguns profissionais com essa formação podem atuar como peritos criminais em áreas relacionadas à saúde. Peritos com formação médica podem atuar em investigações que envolvam crimes de natureza física, como lesões corporais, homicídios e envenenamentos. Além disso, eles podem contribuir com análises toxicológicas e autópsias em casos que envolvem suspeitas de morte violenta ou acidental.

Médicos que se especializam em medicina legal ou toxicologia têm a oportunidade de aplicar seus conhecimentos em investigações forenses, ajudando a desvendar a causa da morte em situações complexas.

Farmácia
A Farmácia é outra área que pode se mostrar extremamente útil para quem deseja atuar como perito criminal, principalmente na análise de substâncias químicas, medicamentos e drogas. Um perito formado em Farmácia pode atuar em investigações que envolvem casos de doping, overdose, envenenamento e o uso de substâncias ilícitas.

Além disso, farmácias forenses trabalham com a identificação de produtos químicos e seus efeitos no corpo humano, o que pode ser decisivo em investigações sobre a causa da morte ou sobre a condição física de uma vítima ou suspeito.

Qual faculdade perito criminal precisa fazer

3. Faculdade ou curso técnico: Qual a melhor opção?

A decisão entre fazer uma graduação completa em uma faculdade ou optar por um curso técnico é uma questão importante para quem deseja ingressar na carreira de perito criminal. Ambas as opções têm suas vantagens, e a escolha depende do tipo de formação que você deseja e da área em que pretende atuar.

De forma geral, uma graduação em uma faculdade oferece uma base mais ampla e te prepara para concursos que exigem conhecimentos específicos. No entanto, cursos técnicos podem ser uma boa escolha para quem deseja adquirir conhecimentos práticos em áreas especializadas da perícia criminal.

3.1 Vantagens da graduação em uma faculdade

Optar por uma graduação em uma faculdade é, em muitos casos, o caminho mais recomendado para quem deseja se tornar perito criminal. A graduação oferece uma formação mais ampla e aprofundada, além de permitir que o estudante desenvolva habilidades analíticas, críticas e técnicas necessárias para o trabalho pericial.

Entre as vantagens de se fazer uma graduação estão:

  • Amplo campo de atuação: Ao se formar em uma faculdade, você terá mais opções de atuação dentro da perícia criminal, podendo trabalhar em diferentes áreas, como biologia forense, química, física ou direito.
  • Concursos públicos: Muitos concursos públicos para perito criminal exigem uma formação de nível superior. Fazer uma graduação é essencial para poder prestar esses concursos e ter uma carreira estável no serviço público.
  • Capacitação técnica e científica: Os cursos de graduação, especialmente nas áreas das ciências exatas, biológicas e humanas, fornecem uma base teórica sólida e capacitação para realizar investigações científicas e análises técnicas, habilidades fundamentais para o trabalho do perito.
  • Possibilidade de pós-graduação: Uma vez formado, você também terá a opção de fazer uma pós-graduação ou especialização, ampliando ainda mais suas oportunidades de atuação.

Além disso, faculdades que oferecem cursos voltados para a área de ciências forenses podem ser uma excelente escolha para quem já tem certeza de que deseja seguir a carreira de perito criminal. Nessas instituições, os cursos são voltados para a aplicação de conhecimentos científicos na solução de crimes, e o estudante pode se preparar diretamente para as exigências da profissão.

3.2 Cursos técnicos que complementam a graduação

Se por um lado a graduação oferece uma formação mais ampla, cursos técnicos podem ser um complemento importante para quem já possui uma graduação ou deseja adquirir habilidades específicas para atuar como perito criminal. Esses cursos são voltados para áreas mais práticas e são ideais para quem deseja se especializar em um ramo específico da perícia, como balística forense, análise de impressões digitais, ou perícia ambiental.

Alguns exemplos de cursos técnicos que podem complementar a formação de um perito criminal incluem:

  • Curso de Balística Forense: Esse curso ensina técnicas de análise de armas de fogo, munições e projéteis, áreas de conhecimento fundamentais para a resolução de crimes envolvendo armas.
  • Curso de Perícia em Incêndios: Aqui, o aluno aprende a investigar as causas de incêndios e explosões, aplicando conhecimentos de engenharia e ciência dos materiais.
  • Curso de Toxicologia Forense: Esse curso prepara o profissional para analisar substâncias químicas e entender seus efeitos no corpo humano, algo muito utilizado em investigações de envenenamentos e uso de drogas.

Cursos técnicos como esses geralmente são de curta duração, e muitos podem ser realizados em paralelo com a graduação, ajudando o estudante a se preparar melhor para a carreira.

4. Como é o processo seletivo para peritos criminais?

Depois de concluir a graduação e, possivelmente, algum curso técnico complementar, o próximo passo para se tornar perito criminal é passar por um processo seletivo, que geralmente ocorre por meio de concursos públicos. Esses concursos são realizados tanto em nível federal quanto estadual, e cada um deles pode ter requisitos específicos quanto à formação, mas todos compartilham o objetivo de selecionar os profissionais mais capacitados para atuar na área da perícia.

Os concursos para peritos criminais costumam ser bastante concorridos, o que exige dos candidatos uma preparação sólida, tanto no conteúdo específico quanto em habilidades práticas. Além disso, é comum que os editais desses concursos determinem a área de atuação, como química, biologia, engenharia ou direito, o que reforça a importância de escolher a graduação certa para seguir essa carreira.

4.1 Exigências para o concurso público de perito criminal

As exigências para se inscrever em um concurso público para perito criminal podem variar conforme o órgão que está promovendo o certame, mas existem algumas regras comuns que vale a pena destacar. Em muitos concursos, o candidato deve:

  • Ter um diploma de nível superior: A maioria dos concursos exige que o candidato tenha uma graduação completa, como discutido anteriormente. Dependendo do concurso, a área da graduação pode ser mais ou menos flexível. Por exemplo, alguns concursos aceitam graduados em qualquer área, enquanto outros exigem formações específicas, como Direito, Química, Biologia, Engenharia, entre outros.
  • Cumprir os requisitos específicos do edital: Cada concurso público para perito criminal possui um edital que especifica os requisitos para se candidatar. Esses requisitos podem incluir, além da formação acadêmica, questões como idade mínima, nacionalidade brasileira, estar em dia com as obrigações militares (para homens), entre outros.
  • Conhecer a área específica de atuação: Alguns concursos são voltados para peritos de áreas específicas, como perito químico, perito em biologia ou perito em informática. Nesses casos, é necessário que o candidato tenha feito uma faculdade ou curso que lhe dê o embasamento técnico necessário para atuar em sua especialidade.

Além disso, o processo de seleção inclui várias etapas, como provas objetivas, discursivas, teste físico, avaliação psicológica, e em alguns casos, prova prática. Abaixo estão as etapas mais comuns:

  • Prova objetiva: Geralmente, essa é a primeira etapa do concurso e testa os conhecimentos teóricos do candidato, tanto de disciplinas básicas como Português, Raciocínio Lógico, e Direito, quanto de conteúdos técnicos relacionados à área específica da perícia criminal.
  • Prova discursiva: Em alguns concursos, há uma segunda fase de prova escrita, em que o candidato precisa desenvolver redações ou resolver casos práticos. Essa etapa avalia a capacidade de análise crítica e a habilidade de expressar ideias de forma clara e concisa.
  • Teste de aptidão física (TAF): Para algumas áreas da perícia criminal, especialmente aquelas que envolvem trabalho em campo, pode haver um teste físico. Esse teste varia de acordo com o concurso, mas normalmente inclui atividades como corrida, flexões, abdominais, entre outros.
  • Avaliação psicológica: Outro ponto comum nos concursos públicos para perito criminal é a avaliação psicológica, que verifica se o candidato possui o perfil emocional adequado para lidar com a natureza estressante e delicada da profissão, como a análise de cenas de crime.
  • Prova prática: Em casos específicos, há também uma prova prática. Por exemplo, um perito criminal da área de informática pode ser avaliado por sua capacidade de análise de sistemas ou redes, enquanto um perito químico pode ter que realizar uma análise laboratorial durante a prova.

Passar por todas essas etapas com sucesso é o primeiro grande passo para ingressar na carreira. No entanto, como os concursos públicos são extremamente competitivos, muitos candidatos recorrem a cursos preparatórios para garantir que estarão prontos para as provas.

Curso para perito criminal

4.2 Cursos preparatórios para concurso de perito criminal

Para aumentar as chances de sucesso no concurso público, muitos candidatos optam por se inscrever em cursos preparatórios voltados especificamente para a carreira de perito criminal. Esses cursos ajudam os candidatos a revisar o conteúdo exigido, resolver questões de provas anteriores e se familiarizar com o formato das provas.

Entre as vantagens de fazer um curso preparatório estão:

  • Foco no conteúdo do edital: Os cursos são organizados com base nos principais conteúdos cobrados nos concursos, garantindo que o aluno estude o que realmente importa.
  • Simulados e provas práticas: Muitos cursos oferecem simulados que imitam as condições reais de prova, permitindo que os candidatos testem seus conhecimentos e se preparem psicologicamente para o concurso.
  • Orientação especializada: Alguns professores desses cursos são especialistas na área de perícia criminal e podem compartilhar dicas valiosas sobre a carreira, além de ajudar os alunos a desenvolver o raciocínio crítico necessário para resolver casos complexos.

No entanto, é importante lembrar que o curso preparatório não substitui a graduação ou faculdade. Ele é um complemento que pode ajudar o candidato a reforçar o que aprendeu ao longo de sua formação acadêmica.

5. A importância de continuar estudando após a faculdade

Mesmo após concluir uma graduação e ser aprovado no concurso para perito criminal, o aprendizado não acaba. A ciência forense e a tecnologia estão em constante evolução, e o perito criminal precisa acompanhar essas mudanças. Continuar os estudos após a faculdade é essencial para se manter atualizado com as novas técnicas, ferramentas e metodologias que surgem na área.

Uma das melhores maneiras de continuar se especializando é por meio de cursos de pós-graduação e especializações. Além disso, participar de cursos de curta duração e workshops pode ajudar o perito a se atualizar em áreas específicas.

5.1 Especializações e pós-graduações

Uma pós-graduação ou especialização pode ser um diferencial importante para o perito criminal. Existem várias áreas dentro da perícia criminal que permitem especializações, como:

  • Genética forense: Profissionais da área de biologia e farmácia podem se especializar em genética forense, que envolve a análise de DNA e outras evidências biológicas em investigações criminais.
  • Toxicologia forense: Profissionais da química e da farmácia podem se especializar em toxicologia forense, trabalhando com a identificação de substâncias tóxicas, venenos e drogas ilícitas.
  • Perícia ambiental: Uma área que tem ganhado destaque é a perícia ambiental, onde os peritos investigam crimes contra o meio ambiente, como poluição de rios, desmatamento ilegal e contaminação do solo.

Além dessas, há diversas outras especializações que podem ser seguidas, como perícia em crimes cibernéticos, balística forense e perícia contábil.

5.2 Cursos de atualização e workshops

Outro caminho importante para quem já atua como perito criminal é participar de cursos de curta duração e workshops. Esses cursos são voltados para áreas específicas e ajudam a manter o profissional atualizado com as últimas novidades na área.

Por exemplo, cursos de análise digital avançada são muito procurados por peritos que atuam em crimes cibernéticos. Já workshops sobre novas técnicas de análise de DNA ou química forense podem ser úteis para peritos que trabalham com a coleta e exame de evidências biológicas e químicas.

A contínua busca por aprendizado é um diferencial importante para o perito criminal, pois as tecnologias e métodos investigativos estão em constante evolução, e profissionais atualizados são mais eficientes em suas funções.

6. As habilidades complementares de um perito criminal

Além da formação acadêmica e técnica, um perito criminal precisa desenvolver um conjunto de habilidades complementares para ter sucesso em sua carreira. Essas habilidades, muitas vezes chamadas de soft skills, são competências interpessoais e cognitivas que ajudam o profissional a lidar com situações complexas, a trabalhar bem em equipe e a tomar decisões fundamentadas em evidências.

A natureza do trabalho de um perito criminal exige que ele tenha uma combinação de habilidades práticas e teóricas, além de um perfil emocional estável, já que lida com situações muitas vezes desafiadoras e cenas de crime que podem ser perturbadoras.

6.1 Habilidades desenvolvidas durante a graduação

Durante a graduação, seja ela em Direito, Química, Biologia, Engenharia ou outra área relacionada, o estudante já começa a desenvolver algumas habilidades essenciais para a atuação como perito criminal. Essas habilidades são construídas tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas e incluem:

  • Raciocínio lógico: Uma das habilidades mais importantes que um perito criminal precisa desenvolver é a capacidade de pensar de forma lógica e analítica. Esse raciocínio é necessário para interpretar evidências e fazer conexões entre os dados coletados em uma cena de crime e as possíveis causas e responsáveis. Durante a graduação, disciplinas como matemática, física, biologia e química ajudam a construir essa habilidade.
  • Capacidade de análise crítica: Um bom perito precisa ser capaz de questionar as informações à sua disposição, avaliar criticamente as provas e evitar suposições. Isso garante que as conclusões apresentadas em seus laudos sejam imparciais e baseadas em evidências concretas. Cursos como Direito, por exemplo, ajudam os estudantes a desenvolver essa habilidade através do estudo das leis e da interpretação de casos jurídicos.
  • Atenção aos detalhes: O trabalho de um perito é minucioso e exige extrema atenção aos detalhes. Pequenos vestígios ou indícios em uma cena de crime podem ser cruciais para desvendar um caso, e a capacidade de notar esses detalhes pode fazer toda a diferença. Disciplinas que envolvem investigações científicas e experimentos laboratoriais, como biologia e química, são fundamentais para o desenvolvimento dessa habilidade.

Durante a faculdade, essas habilidades são aprimoradas, e o estudante tem a oportunidade de aplicá-las em diferentes cenários. No entanto, existem outras competências que também são essenciais para o sucesso na carreira de perito criminal, e muitas delas são desenvolvidas ao longo da experiência profissional ou em cursos específicos.

6.2 Soft skills e o trabalho em equipe

Embora o trabalho do perito criminal seja técnico e científico, habilidades interpessoais (as chamadas soft skills) também são fundamentais para o dia a dia dessa profissão. Grande parte do trabalho de um perito envolve interação com outros profissionais da justiça, como policiais, promotores, advogados e juízes. Além disso, muitos casos exigem que o perito trabalhe em equipe com outros peritos de diferentes áreas.

Aqui estão algumas das soft skills mais importantes para um perito criminal:

  • Trabalho em equipe: A perícia criminal raramente é um esforço solitário. Em muitos casos, o perito precisa colaborar com outros profissionais para coletar evidências, interpretar dados e reconstruir a cena de um crime. Saber trabalhar em equipe, compartilhar informações e dividir responsabilidades são competências fundamentais para que a investigação seja bem-sucedida.
  • Comunicação eficaz: Um perito criminal precisa ser capaz de comunicar suas descobertas de forma clara e objetiva, tanto em seus laudos técnicos quanto em situações presenciais, como em tribunais. A habilidade de explicar conceitos científicos complexos em uma linguagem acessível para leigos é um diferencial importante, pois muitos dos profissionais com quem o perito se comunica, como advogados e juízes, podem não ter um conhecimento técnico profundo das ciências envolvidas.
  • Resiliência emocional: O trabalho de um perito criminal pode ser emocionalmente desafiador, especialmente em cenas de crime envolvendo violência ou tragédias. É importante que o profissional tenha resiliência emocional para lidar com essas situações de maneira ética e profissional, sem deixar que as emoções interfiram em seu julgamento. Cursos de psicologia forense ou treinamentos específicos para lidar com situações de alta pressão podem ajudar a desenvolver essa competência.
  • Tomada de decisões: A capacidade de tomar decisões rápidas e assertivas, baseadas em fatos e evidências, é crucial para o trabalho de um perito. Muitas vezes, o profissional precisa escolher quais evidências coletar em uma cena de crime ou quais testes realizar primeiro, e essas escolhas podem afetar o resultado da investigação.
  • Gestão do tempo: Outra habilidade importante é a capacidade de gerir o tempo de maneira eficiente. Investigações criminais geralmente têm prazos apertados, e um perito precisa ser capaz de organizar suas atividades para garantir que os laudos sejam entregues dentro do prazo estabelecido, sem comprometer a qualidade do trabalho.

Conclusão

Ser um perito criminal é uma profissão desafiadora, que exige não só uma sólida formação acadêmica, mas também o desenvolvimento de habilidades práticas, técnicas e interpessoais. A escolha da graduação e da faculdade certa é um dos primeiros passos para quem deseja ingressar nessa carreira. Áreas como Direito, Química, Biologia, Engenharia e até Computação podem abrir portas para diferentes áreas da perícia criminal, oferecendo o embasamento técnico necessário para que o profissional atue com eficiência.

Além disso, é fundamental que o perito continue seus estudos após a graduação, seja por meio de pós-graduações, especializações ou cursos técnicos, para se manter atualizado e preparado para as mudanças constantes da área forense.

Por fim, as soft skills, como comunicação, trabalho em equipe, resiliência emocional e gestão do tempo, complementam a formação acadêmica e são essenciais para o sucesso no dia a dia de um perito criminal. Ao combinar conhecimento técnico com habilidades interpessoais, o perito estará mais bem preparado para enfrentar os desafios da profissão e contribuir para a justiça e a verdade.

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